Documentário, exposição multimídia e publicação digital fazem parte da proposta desenvolvida pelo estúdio de criação Núcleo Zero.
Disponibilizar um conteúdo abrangente e exclusivo, que pode ser acessado de maneira presencial em sua cidade, ou digitalmente em qualquer parte do mundo. Com essa ambição o projeto “Jangada de Pau – Do Imaterial ao Digital” dá prosseguimento a sua nova etapa com uma exposição aberta à visitação na Casa do Patrimônio IPHAN Maceió.
“Quando iniciamos o processo de salvaguarda do bem imaterial, em 2014, passamos a ter a dimensão da importância da pesquisa que estávamos desenvolvendo. O trabalho nos colocou em contato com alguns dos maiores estudiosos do tema no mundo, evidenciando o interesse que a Jangada de Pau desperta até hoje”, explica Werner Salles Bagetti, sócio do Núcleo Zero e um dos coordenadores do projeto.
“Enxergamos naquele material uma oportunidade para expandir o conteúdo criando uma experiência transmídia, se relacionando com tecnologias distintas para provocar diferentes sensações no público, e ao mesmo tempo tornar o conteúdo mais acessível para pesquisadores e para o público em geral”, diz Werner.
“Enxergamos naquele material uma oportunidade para expandir o conteúdo criando uma experiência transmídia, se relacionando com tecnologias distintas para provocar diferentes sensações no público, e ao mesmo tempo tornar o conteúdo mais acessível para pesquisadores e para o público em geral”, diz Werner.
Após o lançamento do documentário “Jangada de Pau”, em 2015, a equipe do Núcleo Zero começou a produzir a segunda etapa do projeto, desdobrando a pesquisa para a exposição e também para uma publicação digital bilíngue, que deve ser lançado nos próximos dias. A proposta foi contemplada no prêmio Eris Maximiano – Edital das Artes – da Prefeitura de Maceió.
Ao visitar a exposição, inaugurada no último dia 09 de setembro, é possível fazer um passeio pela história da mais antiga das embarcações. O conteúdo reúne um acervo colhido por antropólogos e pesquisadores desde a década de 1960, assim como o registro do processo de salvaguarda do bem imaterial, além de pontos de vista poéticos sobre o ofício do jangadeiro. Entre os consultores e fotógrafos que colaboraram com a exposição, estão o arqueólogo subaquático e professor da UFPE Carlos Rios, o pesquisador alagoano Edberto Ticianeli, o antropólogo holandês Antonius Robben e o antropólogo norte-americano Shepard Formani. Os dois últimos participam de uma exposição fotográfica composta por imagens de suas pesquisas etnográficas realizadas no litoral alagoano, respectivamente em 1965 e 1977.
Ao visitar a exposição, inaugurada no último dia 09 de setembro, é possível fazer um passeio pela história da mais antiga das embarcações. O conteúdo reúne um acervo colhido por antropólogos e pesquisadores desde a década de 1960, assim como o registro do processo de salvaguarda do bem imaterial, além de pontos de vista poéticos sobre o ofício do jangadeiro. Entre os consultores e fotógrafos que colaboraram com a exposição, estão o arqueólogo subaquático e professor da UFPE Carlos Rios, o pesquisador alagoano Edberto Ticianeli, o antropólogo holandês Antonius Robben e o antropólogo norte-americano Shepard Formani. Os dois últimos participam de uma exposição fotográfica composta por imagens de suas pesquisas etnográficas realizadas no litoral alagoano, respectivamente em 1965 e 1977.
A exposição inova também na maneira de disponibilizar as informações. Além de painéis que formam uma grande linha do tempo narrando a trajetória da jangada, foram criados recursos interativos. Um terminal audiovisual apresenta ao mesmo tempo a íntegra do documentário de 30 minutos e uma experiência holográfica que mistura conteúdo didático e poético.
“Foi um desafio atingir o resultado que foi apresentado. Encontrar o equilíbrio entre informação didática e experiência subjetiva. Mas ao mesmo tempo o imaginário em torno da jangada proporciona muitas possibilidades sensoriais e artísticas”, conta o artista visual Weber Salles Bagetti, autor do projeto holográfico e das ilustrações do projeto.
O designer e estudante de arquitetura Ulysses Lins trabalhou na montagem do documentário “Jangada de Pau” e também contribuiu na elaboração da exposição. “Fizemos uma longa pesquisa para encontrar uma identidade visual que traduzisse a primitividade da tecnologia empregada na Jangada de Pau, e ao mesmo tempo remetesse ao aspecto moderno e tecnológico que a exposição apresenta”, diz ele.
Enquanto a exposição permanece aberta à visitação de terça a domingo (incluindo feriados), das 09 às 17h, a equipe agora trabalha nos próximos passos do projeto. Além do lançamento da publicação digital bilíngue, será iniciada a produção para viabilizar a itinerância da exposição pelo país.
“A publicação foi pensada para contemplar desde o público acadêmico que buscará conteúdo de pesquisa para trabalhos na área, até o leitor curioso. Por isso procuramos construir um formato que proporcionasse uma experiência de navegação dinâmica e prazerosa, mas ao mesmo tempo apresentando um conteúdo denso e aprofundado”, explica o jornalista Rafhael Barbosa, responsável pela pesquisa e pelos textos do trabalho.
Barbosa, que também dirigiu o documentário “Jangada de Pau”, conta que algumas negociações já estão em curso para colocar a exposição na estrada. “Iniciamos alguns diálogos antes mesmo da abertura em Maceió. Nossa intenção é passar por alguns estados que também foram marcados pela história da jangada e dos jangadeiros. Queremos ir para o Rio de Janeiro, capital que recebeu nossos heróis em 1922, e também para o Ceará e para o Rio Grande do Norte. Mas não só. O projeto tem potencial para circular o Brasil inteiro. Isso só vai depender das parcerias firmadas”.
PROTAGONISMO ALAGOANO
Em sua narrativa, a exposição “Jangada de Pau – Do Imaterial ao Digital” reconstitui a história da embarcação tradicional desde sua origem pré-histórica até os primeiros sinais de sua substituição pelas modernas jangadas de isopor. Um dos episódios de destaque é a passagem que relata a jornada dos jangadeiros alagoanos, quatro pescadores que realizaram uma heroica e pioneira viagem entre Maceió e Rio de Janeiro a bordo de uma frágil jangada de tronco. Viagens semelhantes foram realizadas posteriormente por pescadores do Rio Grande do Norte e do Ceará, recebendo grande destaque da mídia e papel de relevo na história, ao contrário dos alagoanos, que quase não são lembrados.
A exposição se esforça para restaurar o protagonismo dos heróis alagoanos.
Em sua narrativa, a exposição “Jangada de Pau – Do Imaterial ao Digital” reconstitui a história da embarcação tradicional desde sua origem pré-histórica até os primeiros sinais de sua substituição pelas modernas jangadas de isopor. Um dos episódios de destaque é a passagem que relata a jornada dos jangadeiros alagoanos, quatro pescadores que realizaram uma heroica e pioneira viagem entre Maceió e Rio de Janeiro a bordo de uma frágil jangada de tronco. Viagens semelhantes foram realizadas posteriormente por pescadores do Rio Grande do Norte e do Ceará, recebendo grande destaque da mídia e papel de relevo na história, ao contrário dos alagoanos, que quase não são lembrados.
A exposição se esforça para restaurar o protagonismo dos heróis alagoanos.